UM POUCO DE FILOSOFIA 4

Sócrates e a Auto-confiança

"Existe apenas um bem: a Sabedoria.
Existe apenas um mal: a Ignorância."
"Pensar logicamente sobre nossas vidas pode nos ajudar a ficar mais seguros e independentes, menos conformistas e menos vulneráveis à opinião alheia."

"Há muitas semelhanças entre o homem e a ovelha. Não fabricamos lã nem balimos. Mas, muitas vezes, seguimos o rebanho passivamente e temos pavor de nos separarmos do grupo."

"Por que seguimos cegamente os outros, em especial as pessoas importantes?

Principalmente porque imaginamos que elas sabem o que estão fazendo. Porque tendemos a acreditar que quem ocupa cargos de liderança tem razão.

Era essa crença que Sócrates queria desafiar, conclamando-nos a analisar logicamente bobagens que ouvimos de autoridades, em vez de nos intimidarmos por sua aura de importância e aparente segurança."

"Sócrates, em vez de ficar apenas de conversa fiada, abordava essas figuras importantes e fazia as perguntas fundamentais, querendo saber, basicamente, por que eles viviam da forma que viviam. Assim, ele acabou descobrindo falhas surpreendentes, ao tentar compreender a vida que levavam.

Os ricos não sabiam explicar por que tinham tanto dinheiro [...]

Os generais não sabiam dizer por que guerriavam [...]

Podemos extrair disso uma lição incrível:
 se você tiver a sorte e a coragem de abordar figuras importantes, e questioná-las sobre suas vidas, vai descobrir inconsistências que nem de longe pareciam existir."

"Sócrates caminhava pelo mercado assim, abordando as pessoas e questionando sobre o sentido da vida, de uma maneira muito interessante, mas também muito irritante. Se você pede explicações sobre as crenças das pessoas, elas muitas vezes, reagem agressivamente."

"Sócrates não tinha essas inibições. Ele preferia ser considerado contundente e esquisito, a permitir que seus compatriotas seguissem levando a vida sem pensar.

Sua intenção era fazer todos reavaliarem suas crenças, acreditava que todos tinham o dever de refletir sobre suas vidas, e que todos nós temos capacidade para fazê-lo.

Sócrates queria que superássemos a preguiça e a timidez, descobríssemos nossas crenças, e que pudéssemos defendê-las."

"Sócrates não nos dá somente a confiança para desafiar ideologias dominantes, crenças e tradições. Ele também nos faz desenvolver nossas próprias crenças, que podem ajudar a nos destacar na multidão."

"Há muitas idéias confusas e imprecisas no mundo, porque as pessoas imaginam que podem ter boas idéias sem pensar muito.

Sócrates foi além nessa análise, formulando um método particular. É o método socrático do pensamento.

Ele identificou cinco etapas distintas com as quais qualquer pessoa pode formular uma boa idéia, bastando seguí-las para chegar lá.

Essas etapas podem ser resumidamente descritas assim:

Primeiro, pegue um conceito considerado verdadeiro pela maioria.

Por exemplo: "os melhores empregos são aqueles que pagam melhor", ou "o casamento traz felicidade".

Em seguida, tente achar uma exceção.

Será que alguém pode ser casado e infeliz, ou ter um bom salário mas não estar satisfeito com o emprego?

Terceiro passo: se for possível encontrar a exceção, o conceito deve ser falso ou impreciso.

Em nosso caso, existe uma imprecisão.

Em quarto lugar, ache uma nova definição que abarque a imprecisão.

Em nosso exemplo, reconheça que é possível estar infeliz num emprego que paga bem, mas que, criativamente, não satisfaça, ou ser infeliz no casamento se você escolheu o cônjuge errado.

Por último, continue repetindo o processo, tentando achar o máximo de exceções para o conceito escolhido.

Sócrates dizia que a verdade, quando é possível chegar a ela, está num conceito impossível de contradizer.

Se testarmos nossas idéias com esse método, dizia Sócrates, seremos capazes de formular opiniões sólidas.

A vantagem do método socrático é tornar você menos passivo e menos inclinado a seguir a massa.

Se alguém discordar, você não vai precisar dizer apenas: 'Acho que estou certo, mas não sei dizer por quê', mas demonstrar logicamente o porquê de suas crenças."

"Como ele dizia, 'uma vida sem reflexão não vale a pena ser vivida'."

"Para Sócrates, era possível ter uma conversa filosófica em todo lugar, mesmo na esquina de uma rua. A filosofia não estava restrita a universidades ou escolas. Sócrates conversava com todo tipo de gente, e gostava de demonstrar que todas as pessoas eram capazes de chegar a opiniões bem abalizadas. Uma idéia inspiradora."

"Mas, na sociedade democrática moderna, dominada por pesquisas de opinião, Sócrates diria que nosso problema é dar ouvidos a elas sem analisar se são fundamentadas ou não."

"Embora acreditasse que todos somos capazes de auto-análise, Sócrates sabia que, na prática, poucas pessoas o fazem."

"Sócrates se recusava a aceitar que, só porque era defendida pela maioria, uma opinião estava certa.

Para ele, importa mais saber se o argumento tem lógica e é razoável, e é assim que devemos tomar decisões, em vez de acatar a vontade da maioria."

"Mesmo acreditando que a maioria pode estar errada e tendo a certeza de estar certo, pode não ser fácil sustentar uma opinião minoritária"

"Você só pode ver o mundo por seus próprios olhos. Pode tentar entender o ponto de vista dos outros. Às vezes, isso é possível. Certas vezes, a outra pessoa tem uma visão diferente, mas você consegue respeitá-la, consegue ver as razões dela.

Mas é diferente quando a outra pessoa está errada. Podemos aceitar pontos de vista diferentes. Mas, pessoalmente, se vejo que algo está errado, fico muito incomodado."

"Sócrates foi acusado de corromper a juventude ateniense e desrespeitar os deuses cultuados na cidade. Sua sentença foi a pena de morte. Sócrates viu que poderia morrer, mas não se descontrolou.

Ele disse que, se tivesse mais tempo para expor seus argumentos, tinha certeza de que os convenceria de que era inocente. Mas não havia tempo, e ele aceitou a sentença resignadamente.

Depois do último voto, a maioria do júri considerou-o culpado e sentenciou-o à morte. Sócrates foi levado do tribunal para a prisão próxima. A esposa, Xantipa, foi visitá-lo, mas teve uma crise histérica e precisou ser retirada do local. Seus amigos também choravam.

Até o guarda da prisão, que já conduzira muitos condenados à morte, pediu perdão e disse que, de todos os que já vira na prisão, Sócrates era o homem mais nobre, mais generoso e mais sábio. Pouco depois, o carrasco entrou com uma taça de cicuta. Ela foi dada a Sócrates, que teve de beber o veneno."

"Uma vez, perguntaram-lhe de onde ele vinha, ao que Sócrates respondeu: 'Não sou ateniense, nem grego, mas um cidadão do mundo'."

"Sócrates nos faz ver que todos temos a capacidade, e o dever, de parar de seguir passivamente opiniões alheias e, em vez disso, desenvolver crenças em que realmente possamos confiar."

"Embora relutemos em enxergar isso, todos podemos nos transformar de ovelhas em seres pensantes, ou seja, em filósofos."

UM POUCO DE FILOSOFIA 3

SÊNECA E A RAIVA
LUCIUS ANNAEUS SENECA (4 a.C. - 65 d.C.) - Filósofo da Ética. Teve importante papel na vida pública, política do Império Romano. Foi conselheiro de Nero, orador, advogado e primeiro representante do estoicismo romano, escola filosófica voltada às questões morais. Suas idéias estavam centradas no desapego aos bens materiais, na busca pela tranqüilidade da alma, na aceitação serena do destino, na harmonia com a natureza e na brevidade da vida humana.


Muito antes de saber qualquer coisa a respeito eu me sentia atraído pela idéia da filosofia. Eu a via como uma matéria prática, capaz de fazer diferença no mundo e de nos dizer muito sobre percalços cotidianos como rejeições amorosas, demissões ou a falta de amigos.
A filosofia traz uma promessa que pode parecer ingênua, mas na verdade é muito profunda e de mostrar um caminho para aprender a ser feliz.
A vida moderna é cheia de frustrações e a maiorias das pessoas não parece capaz de reagir filosoficamente a elas, nós perdemos as estribeiras. Portanto a ira tem sido uma das emoções bastante comum em nossas vidas. Assim, é interessante descobrir que, na antiguidade ela era vista com um problema maior.
Há um filósofo da antiguidade que se dedicou ao estudo da ira e queria acalmar as pessoas. Ele nasceu em Córdoba, na Espanha, no ano 1 da Era Cristã, e chamava-se Sêneca.
Sêneca foi o filósofo mais conhecido e popular de sua época. Ele escreveu mais de 20 livros com conselhos práticos sobre rodos os aspectos da vida. Ele foi para Roma ainda menino e passou a maior parte da vida influenciando a política local como membro do senado. Mas nem por isso teve uma vida livre de frustrações. Ele era um homem melancólico por natureza, que havia sofrido de tuberculose na juventude e tinha surtos depressivos, quase suicidas. Ele viveu em uma época muito perigosa.
Sua carreira política foi construída durante uma série de governos de líderes tirânicos e imprevisível. Ele vivia, literalmente sem saber o dia de amanhã, pisando sobre terreno instável.
No ano 49 d.C., ele teve que assumir contra a vontade o cargo mais ingrato: O de tutor de um menino de 12 anos, LUCIUS DOMITIUS AHENOBARBUS, o futuro imperador Nero. Logo ficou claro que Nero era um psicopata, homicida. Sabendo que corria perigo, Sêneca tentou se afastar da corte por duas vezes, entregou ao imperador sua carta de demissão. Por duas vezes, ela foi recusada com um abraço, e o argumento de que Nero preferiria morrer a fazer mal a seu tutor. Nada do que Sêneca percebia estimulava-o a crer nessas palavras.
Ao conhecermos o palácio subterrâneo de Nero, começamos a entender porque Sêneca se preocupava tanto com a ira. Nero era um homem com poderes absolutos. As pessoas eram trazidas para as câmeras eram executadas em massa. Ele atirava romanos aos leões, decapitava-os, lançava-os aos crocodilos e desmembrava-os vivos. Virgens eram capturadas nas ruas e trazidas para o palácio para serem mortas. Gladiadores que não se saiam bem eram lançados aos lobos. Tudo isso acontecia nessas câmaras subterrâneas.
Vendo resultados tão tremendos da ira, Sêneca ficou desesperado para abrandá-la. Um imperador romano tomado pela ira não era só uma visão desagradável, mas um fenômeno potencialmente catastrófico.
Por experiência própria Sêneca considera a ira um problema grave. Ele chegou a dedicar um livro inteiro, da Ira, a esse tema. “A mais terrível e furiosa das emoções”, ele escreveu. Mas recusava-se a vê-la como uma explosão irracional e incontrolável.
Que tipo de coisa deixa você irritado?
Eu fico bastante irritada no trânsito.

Para Sêneca, a ira era um problema filosófico que podia ser tratado pela argumentação filosófica. A ira surgia de certas idéias racionalizadas sobre o mundo. E o problema delas era ser otimista demais. Na visão de Sêneca as pessoas ficam com raiva porque criam muitas expectativas.
Num ataque de ira, sentimo-nos surpresos e injustiçados. O que Sêneca diria é que, por exemplo, que as confusões e barbeiragens no trânsito não são injustas, nem surpreendentes, mas um fato previsível da vida. Quem se irrita com elas tem expectativas erradas em relação ao mundo. Assim, seu primeiro conselho era que fôssemos mais pessimistas, para ajustar nossa visão de mundo aos reveses da vida. Quem se irrita com elas tem expectativas erradas em relação ao mundo. Assim, seu primeiro conselho era que fôssemos mais pessimistas, para ajustar nossa visão de mundo aos reveses da vida. E ele nos pede para ter mais uma coisa em mente: se aceitarmos que nada pode ser feito quanto às nossas frustrações, não vamos nos descontrolar tanto quanto elas acontecerem.
Sêneca diz um dos motivos para nossa raiva é imaginarmos que as coisas sempre têm de ser como queremos, que somos capazes de moldar o mundo segundo nossos desejos, mas não são. Há muitas coisas que temos de aceitar. Nem sempre temos liberdade para mudá-las. Para tentar nos fazer compreender isso, para criar uma imagem clara, Sêneca fez uma comparação inusitada: Ele disse que nós somos, basicamente, como cães amarrados a uma carroça em movimento. A coleira é longa o bastante para nos dar alguma liberdade, mas não para permitir que cada um vá para onde quiser. O cão logo se dá conta que para ser feliz, ele precisa, algumas vezes, se contentar em seguir a carroça. È bem melhor segui-la para onde você não quer ir do que se debater contra algo que não podemos mudar. Porque, além de ir para onde não quer, você vai acabar se estrangulando.
Mas levamos uma vantagem sobre os animais: somos dotados de razão. Essa razão nos dá um triunfo: a capacidade de perceber o que podemos e o que não podemos mudar. Talvez não possamos alterar certos acontecimentos, mas podemos mudar nossa atitude com relação a eles. Era essa capacidade, para Sêneca, que conferia a liberdade que nos distingue como humano.
Mas Sêneca não é útil apenas em nossos momentos de fúria. Sua filosofia nos dá um meio de ficarmos calmos e controlados diante de qualquer adversidade. Quem teve a oportunidade de conhecer Pompéia ou assistir algum filme, poderá ter uma idéia da vida que Sêneca levava. Ele foi um homem rico e podemos cair na armadilha de imaginar que ele e outros patrícios levavam uma vida fácil e tranqüila. Mas basta ler Sêneca para descobrir que essa imagem está errada. Em meio ao luxo, a aristocracia romana fervilhava de fúria.
Sêneca fez uma análise interessante da ira, observando o mundo a sua volta, ele flanava pela alta sociedade de Roma imperial. Muitos de seus amigos tinham enormes casa de campo, com escravos para preparar a comida, banquetes que entravam noite adentro. Ele fez uma constatação surpreendente: a riqueza torna as pessoas mais cheias de raiva, e não mais calmas. “A prosperidade alimenta o destempero”.
Sêneca conheceu um certo Vedius Pollio, alto funcionário do governo, que certa vez deu uma festa. Um escravo encarregado de uma bandeja com copos teve o azar de tropeçar e derrubar a bandeja. Vidius Pollio ficou tão furioso que mandou atirar o escravo num tanque cheio de lampreias, para que fosse devorado vivo. O que aconteceu na análise de Sêneca foi que Vidius Pollio vivia num mundo onde copos não se quebravam.
O filósofo concluiu que o problema dos ricos como Vedius é que eles tinham expectativas absurdas. O mesmo pode ser dito dos ricos atuais. Basta observar o check-in da 1ª classe de uma companhia aérea e ver como as pessoas falam mais alto, do que na fila de classe econômica. Quanto mais rico você for, mais expectativas tende a ter. Quando elas são frustradas, a fúria emerge. Os ricos acreditam que o dinheiro vai protegê-los de reveses e frustrações, e essa é a expectativa mais absurda de todos.
A filosofia de Sêneca não é importante só para os irritados. Ele achava que todos nós reagimos mal às frustrações e só teríamos a ganhar se reduzíssemos nossas expectativas. Ele achava que o mais estressante é o que nos pega de surpresa. Que nos irritamos mais com os problemas que surgem quando menos esperamos. Se você admitir que as coisas possam dar erradas quando as coisas acontecerem, você já está preparada. Ele dizia que a melhor forma de combater a raiva é estar preparado e aconselha-nos a fazer isso.
Costumamos confrontar as pessoas dizendo que “tudo vai ficar bem”. Para Sêneca, essas palavras de suposto apoio podem ser cruéis, pois deixam as pessoas desesperadas para situações adversas. Ele recomenda a estratégia oposta: uma reflexão tranqüila, mas diário sobre tudo o que pode dar errado. A idéia é estruturar o pensamento que às vezes nos ocorrem, refletindo sobre elas toda manhã.
Sêneca não proíbe as pessoas de esperar que as coisas funcionassem bem, ele só gostaria de vê-la preparada psicologicamente para o contrário. Ele achava que, muitas vezes superestimamos nossa capacidade de mudar os acontecimentos, de rever situações frustrantes.
Foi para nos relembrar constantemente de quantas coisas estão fora do nosso controle que ele evocou a ajuda de uma deusa. O nome dela era Fortuna e estava representada em muitas moedas romanas. Havia também estátuas suas pela Itália. Ela apreciava dois objetos: em uma das mãos, uma cornucópia, como símbolo de seu poder de conceder favores. Nessa cornucópia, havia muitas das boas coisas da vida. Mas fortuna tinha também um objeto mais sinistro, um leme como símbolo de seu poder de desviar nossos destinos. Num rompante de crueldade, como lhe era freqüente, bastava um toque no leme para ela destruir nossas vidas, levar nossos empregos e nos causar imensa dor de cabeça.
Fortuna simboliza as coisas que devemos aceitar, as boas e as ruins. Quando algo sai errado, não devemos gritar e praguejar, mas lembra que muitas frustrações são caprichos cruéis de uma deusa cujos atos não podemos mudar.
A maior parte dos habitantes de Pompéia, uma cidadezinha aos pés do Vesúvio, acreditava ter controle sobre o próprio destino. Mas, talvez, o lembrete mais duro dos limites de nosso controle sejam as forças da natureza. Ao meio-dia de 13 de agosto de 79 d.C, eles iriam descobrir que Fortuna tinha planos para a cidade. Em questão de horas, Pompéia foi soterrada por cinzas vulcânicas, uma demonstração terrível e clara da tese de Sêneca: nunca estamos a salvo da deusa Fortuna. Mesmo quando tudo parece tranqüilo, pode sobrevir o desastre. A melhor maneira de nos protegermos é estarmos preparados psicologicamente.
Tendemos a achar que o legado mais importante dos filósofos são os livros que escreveram onde todo o talento e sabedoria estão concentrados. Mas os antigos agarravam-se à crença mais abrangente de que também devemos buscar inspiração, nos momentos de necessidade na forma com os filósofos levam suas vidas e como morriam.
Foi no instante de sua morte que Sêneca se mostrou mais inspirador. A cena foi reproduzida infinitamente desde então. Em abril de 65 d.C. foi descoberta uma conspiração contra Nero na qual Sêneca acabou incriminado, embora provavelmente fosse inocente. Nero enviou um centurião à residência do filósofo, para ordenar que ele se matasse imediatamente. Quando os amigos e familiares souberam da sentença, caíram em prantos. Mas Sêneca não chorou. Foi sua atitude diante da desgraça que ajudou a definir o que ele queria dizer, ao afirmar que devemos ver as coisas filosoficamente. Calmamente, ele pegou uma faca e cortou os próprios pulsos. Sêneca morreu da maneira como nos aconselhava a viver.
“Por que chorar por fatos da vida quanto toda ela é motivo de lágrimas?”
Com sorte, nada de tão terrível irá ocorrer conosco, mas coisas ruins podem acontecer, e a melhor maneira de amenizar os golpes, se eles vierem, é estarmos preparados.
Ira e frustração são essencialmente, reações irracionais e aos reveses, e a única estratégia racional é manter-se calmo diante da constatação de que algumas coisas dão errado. Dessa maneira, estaremos agindo no mais verdadeiro e melhor sentido do termo, filosoficamente.

UM POUCO DE FILOSOFIA 2

NIETZSCHE E O SOFRIMENTO
Todos nós temos fases ruins na vida. Todos enfrentamos dificuldades que perecem intransponíveis. Todos passamos por reveses, quando isso acontece, muitas vezes temos vontade de desistir.
A maioria dos filósofos tentou reduzir nosso sofrimento, oferecendo conselhos de como amenizar a dor. Teve um que se debruçou mais seriamente sobre essa questão, Friedrich Nietzsche. Ele acreditava que todos os tipos de sofrimento e fracasso deveriam ser bem-vindos no caminho para o sucesso e vistos como desafios a serem superados, como os alpinistas fazem ao subir uma montanha.
Praticamente sozinho entre os filósofos considerava os infortúnios como algo vantajoso na vida. Ele escreveu: “A todos com quem realmente me importo, desejo sofrimento, desolação, doença, maus-tratos, indignidades, o profundo desprezo por si, a tortura da falta de autoconfiança e a desgraça dos derrotados.”. Para compreender o que Nietzsche quis dizer, vala a pena escalar sua montanha preferida, nos Alpes suíços.
Nietzsche entendia de esforço, tanto físico quanto mental. Sua vida foi muito difícil. Ele viveu em permanente luta contra doenças: vertigens, dores de cabeça, enjôos, provavelmente em decorrência da sífilis que contraiu jovem, num bordel em Colônia. Era obrigado a estar sempre se mudando, em busca de um local cujo clima não agravasse seu estado. O lugar onde se sentia melhor era Sils Maria, no alto das montanhas no sudeste da Suíça. Ele esteve lá pela primeira vez em junho de 1879 e apaixonou-se pelo lugar. “Tenho o melhor da Europa, com seu ar soberbo”, escreveu. “Sua natureza combina com a minha.” Ele passou oito verões em Sils Maria, em um quarto alugado por um fazendeiro. Lá ele trabalhou em algumas de suas maiores obras como: Assim falava Zaratrustra, Além do Bem e do Mal e Crepúsculos dos Ídolos. Mas seus livros não fizeram sucesso enquanto ele estava vivo, embora tenha recebido o título de professor universitário aos 24 anos. Seu pensamento destoava dos demais colegas. Ele se viu obrigado a se aposentar aos 35 anos. Pelo resto da vida viveu com pouco dinheiro e os muitos livros que escreveu foram ignorados.
Ele tinha uma rotina definida: acordava às 5h da manhã, escrevia até o meio-dia e saia para caminhadas nas montanhas ao redor do lugarejo. Nietzsche não foi viver nas montanhas só por causa do ar puro e das belas paisagens. O cenário que o rodeava espelhava suas idéias sobre si e seu trabalho. A “filosofia é o exílio voluntário entre montanhas geladas”.
A vida amorosa de Nietzsche foi igualmente desastrosa. Todas as suas tentativas de seduzir mulheres foram em vão. Muitas se assustaram com seu volumoso bigode. Diversas vezes ele confessou sofrer com a solidão. Escreveu a um amigo casado: “Graças a sua esposa, as coisas são 100 vezes melhores para você do que para mim”. Vocês têm seu ninho juntos. “Eu tenho, se tanto, um caderno”.
Nietzsche resolveu mergulhar na filosofia, mas sua vida produtiva foi abreviada cruelmente. Terminou seus dias na loucura, depois do famoso colapso nervoso em que abraçou um cavalo em Turim, no ano de 1889. Ele voltou à pensão onde morava, dançou nu, pensou em fuzilar o Kaiser e declarou ser, entre outro, Jesus, Napoleão, Buda, o rei do Piemonte, Alexandre, O Grande. Foi posto num trem de volta à Alemanha e confinado num sanatório, onde, sob os cuidados da irmã e da mãe, permaneceu onze anos, até sua morte aos 56 anos.
Uma lição que a vida difícil ensinou a Nietzsche foi que toda conquista é fruto de luta e esforço constantes, embora imaginemos o sucesso como fácil e natural para algumas pessoas. Na visão de Nietzsche, não existe estrada reta até o topo. “Não falemos de dons ou talentos inatos”, escreveu. “Podemos listar muitas figuras importantes que não tinham talentos, mas conquistaram seu mérito e transformara-se em gênios. Elas fizeram isso superando dificuldades.”
Nietzsche dizia que, sem dor, sem enfrentar a dor, ninguém consegue nada. Para conseguir as coisas que valem à pena, é preciso sofrer. A essência da filosofia dele é uma idéia muito simples: dificuldades são normais. Não devemos entrar em pânico nem desistir de tudo. Nossa dor vem da distância entre aquilo que somos e o que idealizamos ser. Por não dominarmos a receita da felicidade, nós acabamos sofrendo. Mas ele achava que não bastava sofrer. Se o único requisito para se sentir realizado fossem as dificuldades, todos seríamos felizes. O segredo está em saber reagir bem ao sofrimento, ou, quem sabe, usá-lo para criar coisas belas.
Nietzsche tinha boas sugestões para isso. Ele foi um dos poucos filósofos a destacar o lado bom, das dificuldades e do fracasso. Ele achava que todos nós podíamos nos beneficiar deles. Ele dizia que o fracasso é um tabu em nossa cultura, tratado como se fosse uma coisa que só acontecesse a alguns coitados, mas ninguém fala a respeito.
E, do outro lado, há o sucesso. Os dois são coisas distintas. O interessante é a idéia de que na vida de qualquer um, mesmo sendo uma boa via, sempre haverá um grau de fracasso. Pode não ser muito, mas sempre haverá. Para Nietzsche o fracasso não bastava. Todas as vidas têm um grau de fracasso. O que tornam algumas mais satisfatórias é a forma como o filósofo é encarado.
Um dado que surpreende na biografia de Nietzsche é a vontade que ele sentiu de abandonar a vida acadêmica para se dedicar a profissão de jardineiro. Esse plano nunca se realizou, mas lidar com plantas ensinou-lhe uma lição: “Diante de problemas, devemos nos espelhar nos jardineiros. Eles deparam-se com plantas que tem raízes feias. Pois eles são capazes de cultivar algo que parece feio a princípio, até extrair a beleza que há nele. Para ele, essa é uma metáfora de como devemos agir na vida. Pegar situações que nos parecem horríveis e fazer nascer algo de belo delas.
Há algo animado na comparação botânica feita por Nietzsche. Mesmo nossos sentimentos mais vis e negativos podem dar belos frutos se bem cultivados. Isso só depende de nós mesmos. A inveja, por exemplo, pode gerar só amargura, mas se conduzido do jeito certo, pode nos estimular a disputar com um rival e produzir algo maravilhoso. A ansiedade pode nos deixar em pânico, mas também pode nos levar a uma análise do que está errado, gerando, assim, paz de espírito. Era por isso que Nietsche desejava o infortúnio a seus amigos, por acreditar que as dificuldades eram um mal necessário e que, se cultivados com aptidão necessária, podiam levar a criação de coisas belas.
Se Nietzsche dedicou-se a pensar nas melhores reações aos problemas, ele também refletiu sobre quais seriam as mais desastrosas e concluiu que das piores era afogar as mágoas. Um dos traços mais marcantes de Nietzsche era seu horror ao álcool. Era mais uma questão de gosto pessoal. Ele dizia que qualquer pessoa que quisesse ser feliz não deveria chegar perto de bebidas alcoólicas. Ele dizia: “os espíritos mais elevados devem se abster da bebida. A água basta.” Imaginar que é bom escapar dos problemas tomando 1 ou 2 drinques de vez em quando é ter uma visão equivocada da análise nietzschiana da relação entre o sofrimento e felicidade. A felicidade não vem da fuga dos problemas, e sim do ato de cultivá-los para extrair algo positivo deles. A última coisa que Nietzsche recomendaria seria afogar as mágoas. Nossas preocupações são pistas valiosas do que está errado com a nossa vida e podemos apontar o caminho para torná-la melhor.
Nietzsche nasceu na pequena Rocken, na ex-Alemanha Oriental. Seu pai era o pastor local. A mãe extremamente devota, também era filha de pastor. O filósofo adorava o pai, e deve ter ficado em choque quando o perdeu repentinamente com apenas quatro anos. Essa perda o atormentava pela vida toda. Uma das primeiras coisas que fez quando juntou algum dinheiro, ao vencer um processo judicial contra um editor, foi comprar uma grande lápide que até hoje vemos no túmulo de seu pai. Nela, ele mandou inscrever uma frase do Novo Testamento: “Die Liebe höret nimmer auf”, “O Amor nunca morre”, uma tradicional mensagem natalina.
Mesmo tendo amado profundamente o pai e mesmo estando sepultado num cemitério cristão ao lado dele, Nietzsche via com reservas o tipo de ajuda que o cristianismo oferece em tempo de dificuldades.
É revelador visitar a casa onde Nietzsche nasceu, à sombra da igreja luterana, onde seu pai era páraco. O local está povoado em detalhes. Ele escreveu em uma atmosfera religiosa. Assim é surpreendente ler o que ele escreveu já adulto, sobre a religião de seus pais. “É justo que se leia o Novo Testamento com reservas. Em todo o texto, há uma única figura que inspira respeito, Pilatos, o governador romano. Simplificando, é indecente ser cristão hoje em dia.” Ele era contra o cristianismo pelo mesmo motivo que condenava o álcool. Ir a um culto na igreja pode fazer você se sentir melhor rapidamente, da mesma forma que se embebedar pode fazer isso. Para ele a fé cristã pode amortizar a dor, amortizando também a energia que ela nos dá para superar os problemas e chegar à verdadeira felicidade.
Há diferenças inegáveis entre a igreja e o bar. Mas, para Nietzsche o tipo de consolo oferecido nos dois locais é o mesmo. Ele acredita que o Novo Testamento tenta nos animar dizendo que muitas coisas que vemos como problema na verdade não são problemas, mas qualidades. Para quem é acanhado demais, está escrito: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a Terra”. Para os que sofrem por não ter amigos: “Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem”. E para aqueles que sofrem com a falta de dinheiro e que invejam aqueles que o têm, lá está o consolo: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus”.
Para Nietzsche essas palavras eram catastróficas como o álcool, o aconselhamento cristão pode aliviar a dor, mas também leva a energia para superar o problema que o gerou. Então, como Nietzsche gostaria que os cristãos se comportassem as se deparar com as dificuldades? Ele queria que deixassem de fingir não desejar as coisas mais difíceis. Ele enfrentou dificuldades imensas. Ele foi pobre, doente e solitário. Mas nunca teve a atitude que acusava os cristãos de terem, ou seja, ele nunca afirmou que a saúde, riqueza e amor eram coisas ruins. Aceitava o fato de não ter essas coisas, em parte por escolha própria, em parte graças às circunstâncias, mas jamais negou seus desejos, nem sua dor. Assim, talvez não seja surpreendente encontrar nos registros funerários do vilarejo de Röcken, a inscrição deixada pelos páracos, ao lado de seu nome, dizendo “O Anticristo”.
Embora tenha tido uma vida difícil, não devemos achar que ele viveu se lamentando o tempo todo. Muitas vezes ele falava de satisfação, sobretudo quando estava nas montanhas. Mas por satisfação, ele queria dizer algo mais abrangente do que a sensação de bem-estar que talvez possamos imaginar. Chegou a escrever sarcasticamente sobre pessoas que ele considerava “viciada na religião do conforto”. Ele chamava essas pessoas de “pequenas, mesquinhas que se escondem na floresta como cervos amedrontados”. Mas aqueles que se aventurarem a sair para a clareira poderão apreciar a vista e respirar a brisa. Só então compreenderão a vantagem de abandonar o conforto em busca da verdadeira realização, como dia a famosa frase de Nietsche “Aquilo que não me mata só me fortalece”.
Como todos os filósofos, o interesse de Nietzsche era que as pessoas fossem felizes, mas diferentemente de todos os outros, ele acreditava que os extremos da dor eram um componente vital para chegar a felicidade que tinha em mente. Nem tudo aquilo que nos faz sofrer é necessariamente ruim, assim com nem tudo que nos dá prazer necessariamente nos faz bem. “Considerar o sofrimento como algo mau a ser abolido, é o acúmulo da idiotice.”

UM POUCO DE FILOSOFIA 1

 Epicuro e a Felicidade

"Ninguém jamais é demasiado jovem ou velho para alcançar a saúde do espírito e a felicidade."

(Epicuro)
Epicuro acreditava que todos podem achar um meio de serem felizes [...] Ele dizia que não devemos nos sentir culpados por desejar uma vida prazerosa e divertida
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Epicuro buscava uma vida feliz. Gostava de sexo, de riso e beleza, mas dedicava-se a mostrar que felicidade é um tema mais difícil do que parece.
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Epicuro dizia que o prazer era a coisa mais importante da vida. Mas, não de uma forma voluptuosa.

Sua casa era simples, o guarda-roupa não tinha luxos, ele bebia água em vez de vinho, achava o peixe caro demais e satisfazia-se com refeições à base de pão, legumes e azeitonas.
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Epicuro dizia ter descoberto nossas verdadeiras necessidades
 e, para a sorte dos menos abastados, os ingredientes da felicidade são bem baratos.
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O 1º ingrediente para a Felicidade: ter amigos.

Epicuro levava a idéia da amizade muito a sério [...] acreditava que amigos trazem felicidade. A diferença é que ele pensava que, para se beneficiar das amizades, não bastava encontrar os amigos de vez em quando para um drink, ou telefonar para eles. Você devia estar sempre com eles, que seriam companheiros permanentes.

[...] Ele dizia que não devemos comer sozinhos, nem um mero lanche. "Antes de comer ou beber qualquer coisa", ele escreveu, "pense em companhia de quem você vai fazer isso, mais do que no que vai comer ou beber"
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O 2º ingrediente para a Felicidade:
 liberdade.

Para consegui-la, ele e os amigos decidiram se afastar de Atenas. Liberdade, para eles, era ter independência financeira, ser auto-suficientes, sem depender de chefes tirânicos para obter renda. Assim, eles decidiram abandonar a vida na cidade, com sua atmosfera competitiva e fofocas.
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O 3º ingrediente para a Felicidade: uma vida bem-analisada.

Ele se referia a uma vida em que reservássemos tempo para reflexão, para fazer a análise do que nos preocupa. Nossas ansiedades diminuem se nos damos tempo para pensar nelas. Mas, para isso, temos de nos afastar das distrações do mundo comercial, e achar o tempo e o local para pensarmos em nossa vida.
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A maioria acha que o segredo da felicidade é ter muito dinheiro. Com ele, você pode ir a vários lugares e comprar tudo [...] Epicuro pede-nos para parar e pensar. É fácil imaginar que o dinheiro resolve tudo. Mas resolve mesmo?
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Nós não sabemos bem o que nos faz felizes. Podemos nos sentir atraídos por bens materiais, na crença de que eles nos trarão felicidade. Mas, muitas vezes, erramos. Nem sempre desejamos aquilo de que precisamos.
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"Na hora da compra, sinto-me feliz. Mas, quando chegam as faturas do cartão de crédito e os boletos dos empréstimos, não é tão bom, porque vejo quanto dinheiro vai embora"
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Não há momentos em que você se vê cercado de sacolas e pensa: "Meu Deus, o que estou fazendo?" Há, sim. Você chega em casa com montes de sacolas, e pensa: "Por que gastei tanto?" Ou fica apavorado com a fatura do cartão de crédito no fim do mês.
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Não entendemos nossas necessidades e, por isso, caímos vítimas de desejos substitutivos, tais como calças que não nos servem ou sapatos que nunca vamos usar.
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É claro que ter muito dinheiro nunca tornou ninguém infeliz, mas acho que a idéia interessante de Epicuro é que, se você não tem dinheiro por alguma razão, mas tem os três pré-requisitos, amigos, uma vida bem-analisada e auto-suficiência, não terá problemas para chegar à felicidade.

Da mesma forma que, se você tiver montes de dinheiro, mas lhe faltarem amigos, auto-suficiência e reflexão, jamais poderá ser feliz, segundo Epicuro.

E que o grau de felicidade não aumentaria com o aumento da riqueza. Ele ficaria estável. Por outro lado, se você for rico, mas não tiver amigos, não for auto-suficiente e tiver muitas ansiedades, seu grau de felicidade vai ficar bem baixo.
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Mas, se a receita da felicidade é tão simples, por que a maioria das pessoas não é feliz? Epicuro culpava a publicidade [...] Ela nos faz acreditar que faltam muitas coisas em nossa vida.
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Epicuro diria que o mundo do comércio cria associações implicitas entre aquilo que quer nos vender e nossas verdadeiras necessidades. Este outro tenta vender perfume, batizando-o com o nome daquilo que mais queremos: liberdade. E este outro nos empurra uisque com a promessa de solução dos problemas que só a análise ponderada da nossa vida pode trazer.
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"Eu compro para me alegrar, se já estiver alegre não preciso comprar"
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Quando somos estimulados a comprar por luzes e anúncios coloridos, acabamos esquecendo facilmente de nossos desejos verdadeiros. Temos de combater a influência da publicidade, criando anúncios que nos lembrem daquilo que realmente precisamos.
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Imagine um mundo onde, em vez de estar cercado por anúncios de relógios, carros ou pacotes de viagem, esses mesmos anúncios lembrassem-nos da importância de ter amigos, escapar das armadilhas do cotidiano ou de refletir sobre seus problemas, e não usassem essas verdades para vender perfume ou aperitivos.
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Pode ser dificil conseguir a felicidade, como Epicuro admitia. Mas ele também insistia que os obstáculos não são financeiros.

LINGUAGEM VOGAL I

Olá queridos e queridas. 📚Hora de estudar vogal i Faça um levantamento de várias palavras que começam com a vogal i. ⭐ Em seguida, a...